exames na silly season. it's so silly!
muito calor. muito calor. muito calor…
amanhã, painful painful day!
mas já há estratégia, agora seguir em frente.
de todo o modo e com mais ou menos estudo, all in all, it was a good day.
right guys?
se o jack bauer salva o mundo em 24 horas...
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seis anos depois, ainda o melhor album que eu não tenho.
evening sun
why don't you stay
just a little longer
please
I'm oddly happy!
o mal desenhado perguntou-me, há uns tempos, se eu queria fazer um mini-think tank. Não deixa de ser engraçado pensar nas circunstâncias da pergunta… que não são outras senão o testemunhar da morte ou suicídio intelectual de um projecto alheio e o post-mortem de um dia em que nos ensinaram que era possível fazer mais ou melhor. Talvez esteja a ser um pouco injusto: ele há-de ter pensado nisto antes. Eu não o deixo ficar com os créditos todos, pois, na megalomania de que enferma tudo o que faço e que corrói até ao resultado mínimo, quando tudo se complicava e eu não dava por isso, propus um enquadramento informal para a discussão de ideias: o bar do costume servia.
naturalmente que a minha megalomania não podia, naquilo que, de tão cansado, de imediato temi inconsequente, permitir o "mini". Se era para fazer algo, que se fizesse algo em tamanho, pelo menos, normal. Para quê um tanquinho?
As coisas complicam-se de novo. Agora percebo-as mais claramente. De certo modo, as sovas constantes deste ano — sim, parece que não é nada — dizem-nos do que somos feitos (1). Um tanquinho parece algo de gigante quanto não se sabe o suficiente para escrever meia dúzia decente de páginas. Vale a pena fazer isto quando há gente que vai para a Universidade estudar os grandes livros? Poderia ser mais que um blog? Se tivéssemos pouco menos que fazer, nós, os juristas do pequeno tanque já teríamos começado a analisar e a desmontar, montar e desmonantar de novo a directiva que tanto irrita o nosso caro mal desenhado?
Eu sei que não o teria feito. Não está para além do que se pode fazer, ainda que nos demorasse mais do que aos especialistas demoraria. Mas não tenho a certeza que o faria. Agrada-me a presunção de que se pode fazer tudo aquilo que nunca se tentou e, portanto, no qual nunca se falhou. Podíamos escrever 20 páginas decentes, nós, sobre a dita directiva? Sim, conseguíamos. E a minha certeza disso é tão inabalável como a de eu saber que não o faria: da probabilidade de não serem decentes, boas ou publicáveis não quero eu saber. Não há melhor maneira de evitar a sensação constante de perda de tempo, ainda que o resultado seja nunca ter feito nada e o tempo tenha passado. E se falhássemos? Se falhasse? Mais um erro...
Ando sempre enganado. Que é com os erros que se aprende.
O mundo entretem-se com o prejuizo contra o suburbano. Há, nessa cultura americana que se quer cada vez mais homogénea, a peculiar instituição do book club, tão parecida com a reunião da tupperware. Sim, à hora do chá, há mais que falar que do livro de tantas páginas que ninguém leu. Mas alguém, nalgum book club deve ler e já é bom. O book club é um bom começo. Não digo que quero um book club, não é isso que digo. A mim, falta-me tanto. Há tanto por ler que eu vejo impossível que pudesse ombrear com um mini-Fukuyama. Mas não é esse o objectivo! — dir-me-ão logo! No máximo, isso vem depois, muito depois. Entretanto, pensamos, discutimos, aprendemos, fazemos algo... na direcção certa, acrescento eu.
O calor e o cansaço levam-me a megalomania, de resto, pouco saudável. Um mini-tanque até sabia bem. Tivesse eu paciência para olhar para linhas de palavras... A Janeane Garofalo, my dear sally, disse um dia que o pior problema do Presidente Bush, na perspectiva dela, era ele não ser intellectually curious. Isto é ler e não querer ir mais além. E daquele a quem falta paciência para ler mais além, mesmo quando é do seu interesse... mesmo sem valor público mais alto? Que se pode dizer quando estar deitado a olhar para o tecto parece tão bom ou tão igual a tudo o resto? O querer saber e a incapacidade de fazer algo por isso e o não querer saber são coisas (moralmente) distintas: mas de que (me) serve a distinção?
Comecei por dizer que estava oddly happy e acabei com uma comparação com o Pres. Bush. We are not amused. And still, oddly happy. É bom ver as coisas claras. Às vezes, é bom apenas um certo contentamento. Estamos todos muito ocupados e o Inferno espreita a 1, a 7, a 11, a 14, a 21. Eu estou um pouco farto disto. Não é disto que eu gosto: isto devia ser mais natural, não devia ser o fim do mundo, não devia ser algo quase contra-feito. Por mais trabalho que dê, não é do trabalho que me queixo. Mas disto não dever ser assim, tão... forçado! Não devíamos ver ou sentir tudo quanto aquelas datas marcam como se fôssemos beber um café? Não é assim que isto devia ser? E, de novo, por mais trabalho que desse? Porque não se fazem campanhas políticas — o incerto por definição —, mesmo nos momentos em que a vontade de desistir é tão irresistível como umas horas de sono para um insone, como eu faço isto.
No entanto, foram raras as vezes em que fiz ou consegui algo em que o fazer fosse mais que o "ter de ser". Sempre o ter-de-ser como razão de fazer. Se tivesse de haver um mini-think tank, um em que eu pudesse participar, tinha que ser mais que um ter-de-ser. Obviamente, atribuo ao mini-think tank algo que não me é lícito: um atributo que é meu. A ideia do mini-think tank, contudo, agrada-me. Assim eu pegasse num livro e o conseguisse ler sem sentir que o lia por ter de o ler ou sem que a cabeça divagasse a cada cinco minutos. Isto (re)aprende-se... I know when to star... but how or with what...
o meu dicionário é muito simpático!
Valete Fratres!
(1) Today I ran for miles/Just to see what I was made of/Today I ran for all that was mine, "Ran for Miles", Night on my Side, 2002
(2)
1 comentário:
Escreves mais que o Mgalhães no Público!! Estás lançado...
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